Dia do estudante

Durante o reinado de D. Pedro I, surgiram os dois primeiros cursos de ciências sociais e jurídicas no Brasil, no dia 11 de agosto de 1827. Cem anos depois, esse dia foi utilizado como data comemorativa para homenagear os estudantes.

É importante ressaltar a importância desse dia, pois, diferentemente de muitos anos atrás, as universidades evoluíram, aumentando em número, tamanho e criando novos cursos, como consequência disso, a possibilidade de acesso foi ampliada, fato que proporcionou um aumento significante dos alunos, enaltecendo as diferenças culturais e criando um ambiente de socialização.

Os primeiros anos de faculdade podem parecer um pouco desestimulantes para os estudantes porque ainda não se vê o conteúdo aprendido na prática, especialmente nas engenharias. Uma ótima solução para isso são as atividades extracurriculares, que variam de curso em curso e as principais são projetos de extensão, laboratórios e pesquisas científicas. Estas são fundamentais para a formação acadêmica do aluno, pois além de serem boas para o currículo, permitem não ver somente a teoria, mas as suas aplicações práticas. No entanto, as vezes, a vida universitária pode parecer estressante e tirar muito tempo do nosso dia, por isso entrevistamos dois ex gerentes de projetos da Diferencial Jr: Handerson Rodrigues, formado em engenharia mecânica pela UFC, e Geovany Lima, aluno de engenharia mecânica da UFC do oitavo semestre, para saber um pouco mais sobre a universidade e receber algumas dicas para os alunos mais novos. A seguir está a entrevista:

  • O curso de engenharia mecânica atendeu às suas expectativas? O que mais te surpreendeu?

Handerson – Venho de uma formação técnica pelo IFCE (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará) focado nas áreas de usinagem e projeto de peças mecânicas. Esperava que a graduação na UFC seguisse o mesmo caminho, porém os focos são em sistemas térmicos e projetos mecânicos.

O que me surpreendeu foi a quantidade de laboratórios de pesquisa que fazem parte do curso. No IFCE os laboratórios eram didáticos e a maioria das atividades desenvolvidas neles eram voltadas para o ensino, situação diferente da encontrada na UFC.

Geovany – Na verdade, não. O que me surpreendeu foi a falta de experiências práticas. Cabe ao aluno ir atrás de projetos de extensão, do contrário o mesmo se torna um simples “fazedor” de provas.

  • De que projetos de extensão você participou, e como eles te ajudaram a evoluir profissionalmente?

Handerson – Durante a graduação participei dos projetos PET (Programa de Educação Tutorial), LVM (Laboratório de Vibrações Mecânicas), CAEM (Centro Acadêmico da Engenharia Mecânica), Pró-Exacta, organização da STEM (Semana de Tecnologia da Engenharia Mecânica) e Pré-Engenharia, Diferencial Jr, Ciclo de Formação em Empreendedorismo Inovador do CEMP (Centro de Empreendedorismo) e Teaching and Software Patterns.

No ciclo de formação do CEMP pude aprender como modelar um negócio. No LVM e no  Teaching and Software Patterns tive contato com assuntos importantes na engenharia, mas que são abordados superficialmente na graduação; tais como: identificação de defeitos em equipamentos através da análise de vibrações, aplicação de Matlab na engenharia e impressão 3D. Na Diferencial Jr pude me desenvolver de três formas: na estruturação e crescimento da EJ, na execução dos projetos e nas negociações com os clientes. No PET e no Pró-Exacta desenvolvi habilidades voltadas à docência, pois ministrei e criei cursos como o de Arduino pelo PET e ministrei aulas de física pelo Pró-Exacta.

Geovany –   O primeiro que participei foi a empresa júnior, a mesma me ajudou muito a desenvolver habilidades de gestão e ambientação com o meio empresarial, bem como habilidades técnicas no desenvolvimento de projetos técnicos. O outro projeto que participei foi o Fortaleza Student Branch que trata de assuntos relacionados ao HVACR(Heating, Ventilating, Ar-Conditioning and Refrigeration) e que me ajudou também a desenvolver habilidades de gestão no ato de desenvolvimento de palestras, seminários, etc e também habilidades técnicas com as reuniões técnicas e visitas técnicas que foram feitas.

  • A experiência universitária ajudou no seu desenvolvimento pessoal? Como?

Handerson – Os projetos que participei foram os que mais contribuíram para o desenvolvimento pessoal, pois a partir deles pude conhecer meus limites e aprendi a organizar meu tempo e minha prioridades, bem como trabalho em equipe e resolução de conflitos.

Geovany –   Sim, ajudou! Diante das dificuldades enfrentadas por conta de professores/instituição aprendi a ser mais resiliente e olha para um problema sem por dificuldades e sim encontrar soluções, meio que um Darwinismo. Além disso, a experiência com alguns pouquíssimos professores me fez enxergar o mundo do ponto de vista mais ético e justo, âmbitos que eu não tinha preocupação anteriormente.

  • Se você pudesse voltar para o começo do curso, faria algo diferente? O que iria manter? O que iria mudar?

Handerson – Manteria tudo o que fiz, e tentaria colocar alguma atividade artística, cultural ou esportiva. A universidade promove diversas atividades das mais variadas competências. Acredito que foquei muito nas atividades técnicas relacionadas ao meu curso.

Geovany – Eu escolheria outra universidade para cursar, tendo em vista as dificuldades do curso. Sem essa possibilidade, eu me dedicaria mais a algumas disciplinas específicas e participaria mais ativamente de pesquisa.

  • Que conselhos você daria para alunos que acabaram de ingressar o curso?

Handerson – Vivenciar o máximo de coisas que a universidade pode oferecer. A engenharia é ampla, e a UFC promove várias atividades distintas. Quanto mais a pessoa se conhece, melhor ela pode aproveitar tudo que a UFC oferece para potencializar e desenvolver habilidades pessoais e profissionais.

Geovany –   Que olhem as disciplinas como cursos profissionalizantes a cada semestre, pois não devemos pensar que é só mais duas ou três provas que devemos tirar boas notas, é, na verdade, todo o conhecimento que será necessário para o exercício da sua atividade laboral enquanto engenheiro mecânico. E falaria para aproveitar ao máximo os projetos de extensão, pois é de lá que se mais aprende, na prática!

  • Sente que o curso e a EJ o prepararam bem para o mercado de trabalho? Onde estão as maiores oportunidades?

Handerson – O curso oferece os fundamentos teóricos para o formado entender e utilizar as ferramentas e equipamentos utilizados no mercado. A EJ consolida esses fundamentos e acrescenta os conhecimentos de gestão, brevemente abordado no curso.

Acredito que as maiores oportunidades estão nos programas trainees, que tem o foco em acelerar o processo de preparação de novas lideranças ou cargos estratégicos dentro das empresas.

Geovany – Na verdade, o curso em si deixa muito a desejar. É perceptível que o mercado é que nos torna engenheiros. Saímos com aspectos muito teóricos que direcionam pesquisa e não profissão. Acho que o curso poderia fazer um melhor estudo do que é abordado no mercado de trabalho e desenvolva uma melhor grade. A Ej já é mais completa, porque ambienta o estudante com o meio empresarial quanto a gestão, cultura organizacional, etc e, além disso, exige que os alunos corram atrás de conhecimento técnico fora do curso para o desenvolvimento de projetos. E eu creio que as maiores oportunidades estejam fora do estado, pois atualmente nosso Estado é pouco desenvolvido. As indústrias que existem em Maracanaú, por exemplo, já estão estabelecidas e só precisam de regularidade. Em outros estados as empresas são muito maiores e têm cultura de melhoria contínua o que sempre abre espaço para desenvolvimento de projetos, habilidades e sucessão na carreira.

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